O Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) participou ontem (25) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais a respeito da invasão do Ato Médico por odontólogos em cirurgias estéticas. O vice-presidente do CRM-MG, Victor Hugo de Melo, compôs a mesa e defendeu que tais procedimentos devem ser realizados apenas por profissionais médicos, que recebem o treinamento adequada para tal.
“Tradicionalmente esse tipo de intervenção sempre foi outorgada ao médico cirurgião plástico, que percorre uma longa jornada para se habilitar para a realização desse tipo de procedimento”, ressaltou o Dr. Victor Hugo de Melo.

O conselheiro e corregedor do CRM-MG, Marcelo Versiani Tavares, representou a Associação Médica de Minas Gerais no debate e destacou que o pleito das Entidades Médicas é exclusivamente a segurança dos pacientes: “Nós não podemos coadunar com esse contorcionismo com a legislação e essa neologia para ultrapassar barreiras que são muito claras no que tange as áreas de atuação das profissões”.
A conselheira Michelle Nacur Lorentz, membro da Comissão de Defesa das Prerrogativas do Médico também esteve na audiência e destacou que não se trata de um debate por reserva de mercado. “O nosso debate e a nossa genuína preocupação é com a segurança dos pacientes”, finalizou.
Relatos
A audiência foi convocada após denúncias de realização de cirurgias plásticas por odontólogos de forma irregular. Ao final da audiência, diversas vítimas de erros em procedimentos cirúrgicos realizados por dentistas deram os seus depoimentos. “Infelizmente eu estou aqui como vítima de um procedimento feito por dentistas. Eu queria estar vivendo a minha vida normal, como sempre fiz. Mas eu sofro com danos que não consigo lidar e eu quero que isso se espalhe para a população ter acesso e consciência de que cirurgia estética não é feita por dentista”, contou
A engenheira civil Isabella Garcia Alexandre, perdeu a mãe em uma blefaroplastia realizada por um profissional dentista e pediu por justiça. “Eu vim aqui como filha depois de perder a minha mãe, no dia 13 de abril do ano passado. Minha mãe era saudável, tinha acabado de se aposentar e tinha planos. Façam com que a minha perda não tenha sido em vão”
A audiência pública evidenciou a gravidade das consequências que podem surgir quando os limites profissionais são ultrapassados, colocando vidas em risco. O Conselho reforça seu compromisso com a proteção da saúde da população e reafirma que a prática médica deve estar alicerçada na formação técnica adequada, na ética e, acima de tudo, na segurança dos pacientes.
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