Nos últimos dias, uma ocorrência em Poços de Caldas trouxe à tona um problema crescente e recorrente de extrema preocupação para as Entidades Médicas de Minas Gerais: violência contra profissionais médicos em seu local de trabalho.  Muitas vezes como ferramenta de autopromoção ou espetáculo midiático, essas ações expõem profissionais de saúde e pacientes, desrespeitam a legislação e não contribuem para a solução dos reais desafios da saúde pública.

Durante a madrugada do dia 11 de junho, em uma unidade de Pronto Atendimento do município, uma médica foi vítima de violência ao ter seu local de trabalho invadido durante o plantão e ser exposta nas redes sociais. A desvalorização dos profissionais e da medicina ética compromete diretamente a assistência prestada à população.

As Entidades Médicas — Academia Mineira de Medicina (AMM), Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) e Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (SINMED-MG) — repudiam com veemência qualquer forma de assédio, constrangimento ou violência física contra médicos e demais profissionais de saúde, em especial no exercício de suas funções.

Dentro das suas esferas de competência, as entidades estão unidas atuando na valorização da prática médica com ética, qualidade e proteção do paciente, fiscalização, defesa de relações de trabalho justas e na assessoria jurídica para o encaminhamento correto e imediato das ações.

A violência contra médicos é inaceitável e precisa ser enfrentada com seriedade. Nesse sentido, a recente aprovação pela Câmara dos Deputados do Projeto de Lei 6.749/2016, que prevê o aumento das penas para crimes cometidos contra esses profissionais, representa um passo importante na proteção e valorização da categoria.

A espetacularização de episódios isolados não pode se sobrepor ao diálogo responsável e à busca por soluções estruturais que beneficiem tanto os profissionais quanto a população.